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sexta-feira, 26 de abril de 2019

Portimão - Capital do Barlavento
 Nota: Deliberadamente continuo s escrever segundo as normas do  ACORDO DE 1945



Hoje, finais de Abril, deu-me para fazer um pequeno passeio histórico.
Nada melhor que passar pelo Largo 1 de Dezembro, mesmo ali, frente ao Teatro Tempo, que nem sempre foi Teatro pois, muito antes, fora residência de fidalgos, depois morada dos Paços do Concelho, Tribunal, Biblioteca e até Escola.

Palácio Sarrea - finais do século XVIII


O Palácio Sárrea Garfias, construído entre 1793 e 1795, pertenceu a uma importante família local, os Sárrea Prado. 
Posteriormente albergou a Câmara Municipal, a Escola Primária, a Biblioteca Municipal e o Tribunal da Comarca e actualmente Teatro Municipal "O Tempo"
Palacete de estilo neoclássico, com reminiscências barrocas que datam do século XVII. 
Defronte, construído posteriormente, porém organizado e ordenado de harmonia com a fachada deste solar, encontra-se o Jardim 1º de Dezembro, concluído em 1931, com uma escadaria ladeada ao topo por duas estatuetas em estilo Arte Nova. 


A reabilitação do antigo Palacete para Teatro Municipal, foi realizada ao nível do interior do edifício, procurando salvaguardar o património do antigo espaço no que toca a fachadas, coberturas e lanternins.
O projecto geral, foi da autoria do arquitecto Trufa Real. Já a arquitectura de interiores esteve a cargo do atelier Daciano da Costa.





Topónimos anteriores do Largo 1 de Dezembro:

Largo dos Quartéis; Praça do Município; Largo Libânio Gomes

Localização dos painéis de azulejos







Comecemos pela ala esquerda do Jardim



Banco alusivo ao Tratado de Zamora - 4 de Outubro de 1143


Tratado de paz celebrado entre Afonso Henriques e Afonso VII de Leão. 
O Condado Portucalense passa a ser reconhecido como REINO e Afonso Henriques como o seu "REX"

Banco alusivo à Batalha de Aljubarrota - 1385

O Tratado de Salvaterra de Magos (1383)  regulou o casamento de Dona Beatriz (na altura com 10 anos) com o Rei de Castela e entre outras coisas estabelecia que em caso de morte de D. Fernando, sem outros descendentes, o trono português pertenceria ao possível filho de D. Beatiz e João de Castela, portanto ao neto de D. Fernando .
D. Fernando morre nesse mesmo ano e Dom João de Castela, manda o Tratado de Salvaterra às urtigas, e  proclama-se rei de Castela, Leão e Portugal.
Como sempre nestas ocasiões as pessoas dividem-se: umas aceitam, outras não e outras tantas tanto se lhes dá como deu.
O castelhano está com pressa, invade Portugal e põe cerco a Lisboa que levanta por causa da peste.
Em 1385 Invade Portugal com numeroso exército. Dom João, Mestre de Avis e Nuno Álvares Pereira dão-lhes batalha em Aljubarrota.


Banco alusivo da chegada de Vasco da Gama à Índia

Vasco da Gama comandou a frota com cerca de cento e setenta homens, entre marinheiros, soldados e religiosos, distribuídos por quatro embarcações:
São Gabriel, São Rafael, Bérrio e São Miguel
Zarpou de Lisboa - Belém a 8 de Julho de 1497 e aportou a Calecut a 20 de Maio de 1498 com  mais de 9 meses de navegação e mais de 7.000 Km navegados

Banco alusivo à tomada de Ceuta

A 7 de Agosto de 1215, uma armada com 212 embarcações e cerca de 20 mil homens zarpou de Lagos sob o comando de D. João I, rumo a Ceuta com o objectivo de conquistar aquela praça do Norte de África que efectivamente foi ocupada a 21 de Agosto.
Os objectivos desta conquista foram vários, a saber: dominar as rotas marítimas  e comerciais, nomeadamente de cereais e especiarias, do Norte de África, impedir ou enfraquecer a pirataria marroquina que aterrorizava a costa algarvia, alargar o território
Paralelamente a estes factores económicos e religiosos o rei pretendia que os seus três primeiros filhos fossem armados cavaleiros, não numa simples cerimónia militar, mas num verdadeiro combate contra os muçulmanos.
D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique foram aqui feitos cavaleiros e cuja cerimónia de investidura se completou no regresso na cidade de Tavira e em que pela primeira vez se atribuiu o grau de duque a dois príncipes: D. Pedro, Duque de Coimbra e D. Henrique, Duque de Viseu.

Banco alusivo à Restauração da Independência  1640

Um grupo de 40 conspiradores na manhã de 1 de Dezembro de 1640, invadiram o Paço da Ribeira para derrubar a dinastia dos Filipes e restaurar a independência de Portugal.
Dominada a guarda real castelhana, o traidor Miguel de Vasconcelos foi defenestrado,  a Duquesa de Mântua  presa e D. João, Duque de Bragança, proclamado Rei de Portugal (confirmado em 1641 nas Cortes de Tomar).
A maioria das praças, vilas e cidades declararam fidelidade aos revoltosos e a inevitável guerra contra os Filipes, os mais poderosos monarcas europeus do séc. XVII,  que viria a durar 27 anos
Aspectos Militares mais significativos:  
1644 Montijo em Badajoz - Espanha (nesta época o nosso  Montijo denominava-se Aldeia Galega) (sob o comando de Matias de Albuquerque)
1659 Batalha das Linhas de Elvas (sob o comando de D. António Luís de Meneses, conde de Cantanhede, Marquês de Marialva)
1663 Batalha do Ameixial em Estremoz, (sob o comando de D. Sancho Manoel, Conde de Vila Flor)
1664 Batalha de Castelo Rodrigo ou Salgadela (sob o comando de Pedro Jacques de Magalhães)
1665 Batalha de Montes Claros, Borba, Alentejo. (sob o comando de António Luís de Meneses, Marquês de Marialva)




Banco alusivo à Constituição de 1820

As invasões francesas deixaram o nosso país em muito mau estado. 
Portugal ficou devastado e arruinado, já que os exércitos invasores praticaram roubos, destruíram casas e ruas e deixaram as actividades económicas (agricultura, indústria e comércio) praticamente paralisadas.
A Família Real e a Corte foram para o Brasil. 
Em 1815, o Brasil deixou de ser uma colónia portuguesa e foi elevado à categoria de Reino, tornando-se a cidade do Rio de Janeiro a  verdadeira capital de Portugal
O descontentamento da população era geral e associado às novas ideias liberais (que defendiam sobretudo, uma maior participação na vida política) gerou-se um clima favorável a conspirações contra a situação que o país vivia.
Em 1817, Gomes Freire de Andrade, liderou uma tentativa para mudar o regime, exigir o regresso do rei e expulsar os ingleses do nosso país. Esta tentativa não foi bem sucedida porque foram descobertos e os seus responsáveis foram presos e condenados à morte.
Logo de seguida  um grupo de liberais do Porto (constituído por juízes, comerciantes, proprietários e militares) formou uma associação secreta – o Sinédrio – que era liderada por Fernandes Tomás e tinha como objectivo preparar uma revolução.
A 24 de Agosto de 1820, aproveitando a ausência de Beresford (general inglês nomeado por D. João VI como marechal do exército português, a quem foram concedidos grandes poderes para acabar com qualquer tipo de conspirações liberais), o Sinédrio fez despoletar (deu início), no Porto, à Revolução Liberal.
Rapidamente, a revolução se estendeu a Lisboa e ao resto do país. Os ingleses foram afastados do governo e os revolucionários criaram um governo provisório (Junta Provisional de Governo do Reino) que, de imediato, tomou medidas para resolver os problemas do reino.
As medidas mais importantes tomadas pelo governo provisório da revolução de 1820 são:
Exigência do regresso do rei D. João VI a Portugal
Realização de eleições com o objectivo de escolher deputados às Cortes Constituintes, para elaborar uma Constituição 
As primeiras eleições realizadas em Portugal aconteceram em Dezembro de 1822.
Esta Constituição consagrou os princípios da liberdade e de igualdade dos cidadãos perante a lei (fosse qual fosse a sua origem social, acabando-se desta forma com os privilégios do clero e da nobreza) e consagrou a divisão do poder em três poderes.
D. João VI, com medo de ser afastado do trono pelas Cortes, voltou a Portugal em 1821 e em 1822 jurou  a Constituição Portuguesa. 
Desta forma, Portugal passou de uma monarquia absoluta para uma monarquia liberal ou constitucional.

Banco alusivo à Carta Constitucional de 1826

A Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826 foi a segunda Constituição Portuguesa. 
Teve o nome de carta constitucional por ter sido outorgada pelo rei D. Pedro IV e não redigida e votada por cortes constituintes eleitas pela nação, tal como sucedera com a constituição de 1822. 
 Esta Carta Constitucional esteve em vigor durante 72 anos. por 3 períodos distintos. até 1910.
A Carta era muito mais moderada que a constituição vintista e reconhecia a existência de quatro poderes políticos: 
o legislativo, o executivo, o moderador (uma novidade, com a função de velar pelo equilíbrio entre os demais poderes), e o judicial.

Chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil 1500

As caravelas partem do rio Tejo, em Lisboa, no dia 9 de Março de 1500, com mantimentos para mais de dezoito meses, treze embarcações e cerca de mil e quatrocentos homens sob o comando de Pedro Álvares Cabral, a expedição, declaradamente, tem como destino as Índias.

A esquadra de Cabral depois de cruzar aproximadamente 3600 quilómetros em um mês, encontram os primeiros sinais de terra no dia 22 de Abril de 1500. 
O primeiro monte avistado (na região do actual Estado da Baía)  foi baptizado como Monte Pascoal pouco depois rebaptizado como Ilha de Vera Cruz, pois pensou-se que aquela terra era uma ilha. Só  mais tarde e depois de outras expedições é que se percebeu que aquelas terras formavam um continente e então foi-lhe dado o nome de Santa Cruz. Em 1511 e face à existência de grande quantidade de árvores de pau-brasil passa a ser cartografada como Brasil.
Pêro Vaz de Caminha em carta ao Rei D. Manuel conta todos os pormenores este achamento.

Banco alusivo ao Império Colonial e prisão de Gungunhana 1895

Gungunhama, o Leão de Gaza (1860-1906)

Foi o último imperador do Império de Gaza, no território que actualmente é Moçambique, entre 1884 a 1895
Foi feito prisioneiro por Joaquim Mouzinho de Albuquerque na aldeia fortificada de Chaimite na madrugada de 28 de Dezembro de 1895 e transportado para Lisboa, acompanhado por um filho de nome Godide e sete das suas mulheres. Após breve permanência na Capital do Império foi desterrado para os Açores, onde viria a falecer onze anos mais tarde.
Era rei de um povo de língua nguni (povo oriundo da actual África do Sul), depois denominado pelos portugueses como  vátua e líder incontestado de um poderoso exército 
A presença portuguesa em terras de Moçambique nem sempre fora pacífica.
Em Agosto de 1894, os rongas da região de Lourenço Marques, liderados pelos régulos Mahazul, Nwamatibyane e Amgundjuana reúnem milhares de guerreiros e cercam durante mais de dois meses Lourenço Marques, preparando o assalto à cidade.
A cidade foi saqueada e a fortaleza cercada, sendo a sua queda impedida pelo bombardeamento feita pelos navios de guerra surtos no porto, que obrigaram ao levantamento do cerco e à retirada dos sitiantes para Marracuene. 
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O último acto da saga de Ngungunhane acontece entre 1983 e 1985 e inicia-se quando em Outubro de 1983 o presidente moçambicano Samora Machel visita Portugal e acorda com o seu homólogo português, Ramalho Eanes, a trasladação para terras moçambicanas dos restos mortais do imperador de Gaza, que jaziam há 77 anos algures no cemitério da freguesia da Conceição, na periferia da cidade de Angra do Heroísmo, nos Açores.




Banco alusivo à Implantação da República 1910



Em 1908 aconteceu o Regicídio do Rei D. Carlos e do príncipe herdeiro do trono, Luís Filipe. Consequentemente, o trono ficou entregue a D. Manuel II, que tinha na altura apenas 18 anos!!! 

A implantação da República é resultante de um longo processo de mutação política, social e mental, onde merecem um lugar de destaque os defensores da ideologia republicana com raizes já no século XIX
Em 1910, 5 de Outubro,  um grupo de cidadãos chefiados por Teófilo Braga, fizeram um golpe de estado, destituíram a monarquia constitucional e implantaram o regime republicano 
(o terceiro  na Europa depois da Suiça em 1648 e da França em 1792).
A revolução republicana iniciou-se em Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910 e partiu de pequenos grupos de conspiradores, membros do exército e da marinha (oficiais e sargentos), alguns dirigentes civis, grande número de populares armados mais ou menos teorizados e chefiados por Teófilo de Braga.
Após a revolução, alterou-se a bandeira, a moeda e o hino nacional.
Em Agosto de 1911 foi aprovada uma nova Constituição, tendo início a Primeira República Portuguesa.

O primeiro Presidente da República foi Manuel de Arriaga, eleito pelo Parlamento a 24 de Agosto de 1911.


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